terça-feira, 19 de julho de 2011

Carta de um Sacerdote

Sacerdotes: pedofilia



Segue carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola e endereçada ao jornal norte-americano The New York Times. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes e surpreende-se com o desinteresse que o trabalho de milhares religiosos suscita nos meios de comunicação.

Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação. Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes. Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta.

Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo. Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes...

Certamente, tudo condenável! Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.

É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!

Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no Moxico com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...

Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da ONU não estavam chegando ao seu destino.

Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.

Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados. Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.

Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmãoFrancisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal. No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos.

Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa. Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce.
Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos. Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...

Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.

Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, inclusive falando do Bem e Beleza. Isso o fará nobre em sua profissão.

Em Cristo, Pe. Martín Lasarte, SDB.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O que realmente é importante ?

O que realmente é importante?

É realmente relativo para a maioria das pessoas o que realmente é importante, os pensamentos e as opiniões variam. Felizmente somos diferentes um do outro, parecidos talvez, mais iguais não.

Quando falamos em vida, sociedade, família, amigos, muitos momentos, pessoas e lugares nos vêm à memória. Mas o que realmente é importante? O que te deixa feliz? Será que mais importante que um sorriso, um abraço, uma conversa amiga com seus pais é você permanecer horas na frente do computador gastando seu tempo na maioria das vezes com coisas superficiais? Os amigos de balada são mais importantes que aqueles que tão pouco saem com você, mas que estão sempre presente te ajudando nos momentos mais adversos de sua vida? É mais importante acreditar em Deus ou viver seus ensinamentos em sua vida? É mais importante chorar por algo que não conseguiu ou correr atrás daquilo que você ainda estima? Chorar por algo que perdeu não lhe trará de volta. Esperar ser amado que amar? Perder seu tempo com coisas que não te trazem crescimento não fazem bem a você nem as pessoas a sua volta, que buscar coisas boas que proporcionam conhecimento?

Muitas das vezes perdemos nosso tempo fazendo coisas que não são importantes e deixamos de lado aquilo que realmente nos é necessário. Ser feliz nas pequenas coisas, nos mais singelos momentos, abrir um sorriso, um bom dia que você dá quando acorda para sua família pode fazer toda a diferença no dia dela, fazer um ato de caridade por menor que seja pra você, sem saber você pode estar salvando a vida daquela pessoa. São coisas tão pequenas e simples que podem mudar toda uma história, uma vida, muitas vidas.

Somos autores de nossa história, Deus nos dá caminho certo a seguir, precisamos apenas segui-lo. Os obstáculos existem para que possamos fortalecer nossa fé e confiar mais em Deus, pois Ele não nos prometeu dias sem turbulências, mas te carrega nos braços nos momentos de suas dificuldades, e jamais te deixa só. Não podemos voltar no passado e recomeçar, mas quando tudo parece perdido e obscuro, quando a lua se por e o sol mais uma vez nascer, teremos mais uma oportunidade de recomeço, neste milagre da existência chamado ‘vida’.

E saber dar e da importância aquilo que realmente é crucial em sua vida, se importar e dar valor nas pessoas que realmente se importam com você e te amam, saber o valor que os mais singelos momentos e lugares perto de quem é importante pra você significa e é capaz de transformar uma tristeza em felicidade, marcando a história de nossa vida.

Abra sua mente e seu coração – para coisas boas!


Por Ligia Andrade ( E.J.C Nossa Senhora de Fatima )